A Câmara Municipal de Ponta Delgada vai iniciar junto do IPPAR, o processo de classificação nacional do Jardim António Borges.
O anúncio foi feito pela Presidente da Câmara, na cerimónia de reabertura do secular espaço verde da cidade, na justificativa de inscrever o valor do jardim criado em 1858, no espólio da arte de jardins.
A Câmara vai ainda avançar com a actualização da classificação das valiosas espécies
botânicas que compõem o jardim da cidade, na continuidade de um trabalho realizado na década de sessenta, por José Maria Alvares Cabral.
Este processo constituirá o próximo passo da intervenção camarária no jardim António Borges, terminadas que estão as obras da III fase de das obras de requalificação, que permitiram, no passado sábado, a reabertura pública do jardim.
Dentro do processo de requalificação do jardim António Borges, as obras da III fase (a mais minuciosa das intervenções da Câmara naquele espaço verde) desenvolveram-se ao longo de dois hectares nas áreas central e sul do jardim, num trabalho com projecto de Luís Ribeiro, do gabinete de arquitectura paisagística Topiaris (um gabinete com experiência em recuperação de jardins históricos), cuja principal preocupação foi a de não adulterar as características de um espaço verde exemplar do século XIX, vindo, assim, valorizar ainda mais o jardim da cidade de Ponta Delgada.
As intervenções desta III fase contemplaram fundamentalmente o restauro e recuperação de muros de suporte em pedra seca, recuperação de lagos, tanque de rega, recuperação de valetas em calçada, instalação de sistema de iluminação, implantação do sistema de rega, limpeza e substituição da vegetação, intervenções ao nível do Apoio de Cafetaria e
Instalações sanitárias, área de recreio infantil renovada, sistema de drenagem de águas pluviais e domésticas, arejamento do solo e movimentação de terras, um trabalho adjudicado à firma Marques S.A., em Outubro de 2004, no valor de 1,6 milhões.
Recuperado que está o jardim, que é considerado o pulmão da zona histórica da cidade de Ponta Delgada, a Câmara vai arrancar com a construção do Parque Urbano, no Pico do Funcho, tal como já havia sido anunciado no início do ano.
O Parque Urbano, que será o novo “pulmão” da nova zona de expansão da cidade, que envolve as freguesias de São Pedro, Fajã de Baixo e Fajã de Cima, abrange uma área verde de 50 hectares, onde serão construídos um pavilhão multi-usos, lagos, caminhos pedonais, ciclovias, e zonas de lazer.
Ao anunciar este novo investimento Berta Cabral referiu que, tal como a recuperação do Jardim António Borges fez parte integrante do projecto de desenvolvimento social e económico proposto para Ponta Delgada há quatro anos atrás, o projecto do Parque Urbano a avançar, de forma faseada, em 2006, confirma um elevado investimento municipal, “que será um marco de uma política ambiental de qualidade e com visão de futuro, para bem das gerações presentes e vindouras”.
Berta Cabral manifestou não ter dúvidas de que o novo investimento será “motivo de orgulho para todos os que vivem num concelho cujo crescimento sustentado assenta em parâmetros de qualidade, indispensáveis numa cidade moderna do século XXI”.